Durante o Rio+20, as Nações Unidas apresentaram um relatório em que afirmam que um investimento sustentado global na agricultura sustentável poderia gerar até 50 milhões de novos postos de trabalho até 2050.

Apesar da considerável desilusão com os resultados do Rio +20, da conferência surgiram algumas direções de trabalho interessantes, assentes em estudos e dados bastante completos. Um dos mais relevantes documentos apresentados no Rio+20 foi o relatório “Avoiding Future Famines: Strengthening the Ecological Basis of Food Security through Sustainable Food Systems” (Evitar fomes futuras: Fortalecer a base ecológica da segurança alimentar através de sistemas alimentares sustentáveis). Nele, a UNEP, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, discute a disponibilidade e acesso à comida à escala global, os tremendos impactos negativos do atual modelo na capacidade dos ecossistemas realizarem os serviços ambientais básicos de que todos dependemos (como o ciclo da água ou a renovação dos solos) e os impactos económicos de uma mudança de modelo.

O relatório compila dados de várias fontes e conclui que um investimento de cerca de 200 mil milhões de dólares em agricultura sustentável nos países em desenvolvimento até 2050 originaria não só a melhoria da qualidade dos solos, aumento da produção agrícola e redução das necessidades em termos de solos e de água para a agricultura, mas também um aumento do PIB e a adição de até 47 milhões de empregos adicionais em comparação com o cenário convencional.
Joseph Alcamo, cientista-chefe do UNEP, vai mais longe e afirma que “…se investirmos 1,06% do PIB global em agricultura sustentável a partir de 2015, poderemos ter até 50 milhões de novos empregos verdes no campo até 2050. É uma situação win-win. Fortalecemos as bases ecológicas da agricultura e aumentamos a oferta de emprego, ou seja, arrefecemos a economia”.

“Temos de trabalhar com o facto de que é possível produzir alimentos sem pôr em causa a natureza. É preciso investir em sistemas alimentares sustentáveis, caso contrário o mundo não dará conta de alimentar os nove mil milhões de habitantes previstos para 2050”, concluiu o cientista.

Veja AQUI o relatório na íntegra (em inglês).

Veja AQUI o sumário em Português.